Ler sempre foi uma das minhas atividades favoritas. Desde gibis da Mônica ou HQs da Barbie, numa infância longínqua, até meu primeiro livro lido: O Pequeno Príncipe (leitura obrigatória).
Depois desse início, chegou Harry Potter para salvar minha pré-adolescência de menina mimada e me inundar num mundo de magia. Quando eu percebi o quanto gostava e era feliz lendo eu decidi que gostaria de escrever livros e fazer outras pessoas felizes com o entretenimento da leitura.
Depois disso a coisa começou a variar muito. Pedro Bandeira, Walcyr Carrasco, Clarice Lispector, José de Alencar, Álvares de Azevedo, Machado de Assis, Cecília Meireles, Jorge Amado e muitos outros escritores brasileiros inundaram minha pré-adolescência e adolescência. Seguidos por clássicos imperdíveis, como Aldous Huxley, George Orwell, Lord Byron, Jane Austen, Mary Shelley etc.
Mas houve um momento em que ler livros perdeu a graça. Eu escrevia fanfictions compulsivamente e lia fanfictions compulsivamente. Algumas eram tão boas e diferentes de tudo o que eu já tinha lido que me abriam portas de soturnidade e maldade, de profundidade muitas vezes não vistas e também de estilos e formas completamente novos! Um mundo libertador que os livros muitas vezes não trazem, seja por censura ou formatação.
A medida que minha escrita foi se aprofundando, tocando temas mais densos e complicados, voltei a sentir necessidade de ler mais, então outros autores surgiram na minha vida, como Haduan Nassar, Vladmir Nabokov, Anne Rice, Kafka, Caio Fernando Abreu, Nathaniel Hawthorne, Gustave Flaubert, Edgar Allan Poe, Willian Blake, Gustavo Adolfo Bécquer e outros.
Claro estava que, à medida que eu demandava uma escrita mais dolorida ou sombria ou profunda ou irreverente, eu encontrava em novos autores algo que os anteriores não tinham me apresentado.
Durante uma intensa leitura de obras de Machado de Assis, muitos contos soavam a realismo Machadiano ou, após leituras noturnas de Caio Fernando, as fanfics pareciam épicas heroicas românticas descabeladas suicidas. Nós somos profundamente influenciados pelas leituras que consumimos.
Em quê a leitura ajuda o escritor?
– Conhecer novas palavras
– Conhecer novos estilos
– Sentir sensações e sentimentos novos
– Conhecer personagens inspiradores
– Ter contato com escritas diferenciadas
– Fazer pesquisa sobre livros do gênero que você se identifica
– Perceber diferentes maneiras de desenvolver o enredo e os personagens
– Se inspirar por frases maravilhosas
– Se divertir e distrair!
Ultimamente, estou dedicada a ler livros de autores contemporâneos para analisar o cenário e as tendências. Me foco em autores como Haruki Murakami, Rainbow Rowell, Abigail Tarttelin, Kaled Hosseini entre outros.
Bem, mas tudo isso para quê?
Quando eu me afundei em leituras de fanfic e não queria saber mais de livros por quase um ano, em 2011, eu percebi que eu precisava de novos ares, estímulos diferentes àqueles que eu estava acostumada. É ÓTIMO se encontrar na escrita, é muito necessário identificar como você escreve e ir formando essa identidade pessoal, mesmo que de maneira anônima ou amadora. Esse “se encontrar” é essencial para entender melhor como tua escrita funciona e como tua criação surgirá a partir daí. Mas muitas vezes, depois de algum tempo sem novidades, nos sentimos estancados, paralisados, e também não vemos a quem recorrer ou como sair dessa sensação de falta de opções na escrita, afinal a inspiração e a criatividade dependem muito de como nós as estimulamos.
E como estimular a criatividade?
Fazendo coisas diferentes! Vendo filmes diferentes, lendo livros diferentes, se inundando de temas novos. Isso nem sempre é fácil, pois sair da nossa caixinha de preferências às vezes é incômodo, mas ajuda muito. Esses dias estava lendo um trecho de um livro de poemas – coisa que não leio há certo tempo, embora adore, principalmente os clássicos – e uma ideia me atingiu em cheio. Era exatamente a ideia que faltava para fechar uma cena que não saía de jeito nenhum!
Passear em lugares inéditos, conhecer pessoas novas, bares novos, livrarias novas, restaurantes novos, avenidas novas, tudo pode ser utilizado. Para mim, um grande estímulo tem sido a Psicologia. A cada aula de Psicopatologia eu tinha um enredo novo, ou um aprofundamento mais concreto de um ou outro personagem, era incrível!
A leitura de livros técnicos e teóricos também pode auxiliar. Livros sobre escrita, sobre desenvolvimento da personalidade, livros de psicologia, livros dobre os arquétipos de Jung, DSM-V e CID (caso você deseje escrever sobre alguma doença ou transtorno mental) e qualquer livro que possa te mostrar algo novo ou elucidar algumas dúvidas na criação de um personagem ou enredo. TUDO facilita o estímulo constante da criatividade e o aprofundamento na construção da tua história.
Atualmente, eu paro e penso que ainda há muitos autores e livros que eu preciso desbravar, mas que infelizmente eu não tenho todo esse tempo… Mas a tentativa é válida e a pilha de livros que eu vou comprando só vai aumentando. 🙂
A leitura se reflete na nossa escrita, na criação, na profundidade e detalhamento. Por isso é imprescindível ler TUDO o que for possível: livros, fics, HQ, mangá, bula de remédio- ops…
Para ilustrar essa dica, tô colocando aqui o vídeo do Stephen King falando sobre como a leitura é importante para o escritor:
Qual é a sua meta de leitura de livros para 2015?
Espero ter incentivado a leitura de vocês!
As melhores inspirações!
Tai.
Republicou isso em Excêntrico Psicopata.
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obrigada por reblogar!
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Que isso; achei tao legal que me senti na obrigação de compartilhar.
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Muito bom, acho que vc esta mais preparada que a grande maioria que tem no mercado.
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Paii ❤ Acho que vc foi grande inspiração por meu interesse pelos livros, sempre te vi ler antes de dormir, ou quando queria relaxar, acabou sendo um hábito de pai para filha. Muito obrigada mesmo! Te amo!
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Stephen King sempre divando por aí KKKKK ❤ Concordo com tudo o que disse; a leitura têm de estar presente na vida de todos na verdade, não apenas de pessoas que querem escrever 🙂
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Stephen King é Rei, né? 😛
Se todo mundo lesse o mundo seria muito diferente, imagina? ^^
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Acho que a leitura nos ajuda a compreender o mundo, as pessoas, de maneiras diferentes, por outras lentes, sentir a partir do outro, deste personagem tão diferente de você. Acho que para um escritor ler é fundamental, é como respirar, não é Tai? … oh e esse negócio de bula de remédio aí hein? hahaha entendi bem ; )
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hahahaha ler bula tbm pode né? 😛 Ler é realmente uma ferramenta incrível para todas as pessoas. Imprescindível! ❤ bjs
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